Após meses, um dia pra gataiar.
Uma delícia. Horas e horas na cama, lendo, com paradas regulares para assistir às nuvens dançando no céu azul de fim de verão.
Uma boa trilha sonora de fundo, sem pensar em nada, cantando para que a querida me desse atenção, que o moinho mundo trituraria os sonhos dela.
Fazendo nada, pensando nada, sem tédio ou inquietação, permitindo ‘carpediemzar’. Observando e absorvendo tudo o que toca, por todos os sentidos.
O tempo escorrendo pelos meus lençóis e minhas coxas nuas a cada espreguiçadela, em cada ronronar uma onda de prazer.
A carência de toques; porém, o contentamento, com uma companhia antiga e inanimada, com o amargor e a doçura do café ao chocolate.
O silêncio da casa vazia, apenas os sons distantes urbanos para aguçar os ouvidos felinos.
Sem perturbações.
“Fora desse quarto, o mundo tanto faz.”
E que eu me permita mais dias assim.